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A gestão que gera lucratividade sustentável

09/04/2014

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Além de medir suas “pegadas” e reduzir riscos, a empresa deve, tratar a sustentabilidade como algo indispensável para melhoria contínua da gestão.

Por Roberto Araújo*

Durante muitos anos, o conceito de sustentabilidade foi tratado por alguns empresários como uma “pedra no sapato”. Para eles, trabalhar com a sustentabilidade era sinônimo de aumento de custos, licença para operar ou, na melhor das hipóteses, uma ação de marketing para melhorar a imagem da empresa. Hoje, nas grandes organizações, predomina o entendimento de que a sustentabilidade deve fazer parte da estratégia competitiva, pois ajuda a gerar e proteger valor, sendo fundamental para a longevidade dos negócios.

Segundo a pesquisa A New Era of Sustainability, realizada em 2010 pela Accenture, com 766 executivos de 13 setores industriais diferentes, as palavras “marca”, “confiança” e “reputação” foram citadas por 72% dos CEOs como os três principais fatores que os impulsionavam a agir em questões de sustentabilidade. Dos entrevistados, 91% relataram que sua empresa empregaria novas tecnologias, como energias renováveis, eficiência energética e tecnologias da informação e comunicação, para abordar questões de sustentabilidade ao longo dos próximos cinco anos.

Para que a sustentabilidade, de fato, seja incorporada à gestão de uma empresa, a sua liderança deve estar comprometida, investir na educação e desenvolver, de forma transversal, a competência da sustentabilidade nas suas equipes.

No Brasil, poucas são as organizações que podemos considerar inovadoras por trazerem o conceito da sustentabilidade integrado à sua gestão ou com papel transformador. A maioria delas está na fase de engajamento. São transparentes em seus processos, possuem a intenção de elaborar estratégias de sustentabilidade, melhorar o relacionamento com stakeholders e liderança, mas não são inovadoras em seu modelo de negócio, não desenvolvem atividades integradas em prol da sustentabilidade e tampouco são transformadoras em suas ações.

Dessa forma, algumas empresas precisam, além de medir suas “pegadas” e reduzir riscos, tratar a sustentabilidade como algo indispensável para a melhoria contínua da gestão, visando aumentar a lucratividade da empresa. De acordo com a pesquisa The Innovation Bottom Line, do MIT Sloan Management Review – Winter 2013, que teve a colaboração da consultoria Boston Consulting Group e ouviu cerca de 2.600 executivos, mais de 60% das empresas que mudaram seu modelo de negócio e que têm a sustentabilidade como pilar estratégico de sua gestão disseram ter lucros maiores devido à sustentabilidade, comprovando os melhores resultados financeiros por meio de business cases.

A sustentabilidade é capaz de aumentar a lucratividade de uma empresa, desde que ela tenha uma visão sistêmica da cadeia de valor e atue como um agente transformador de seus colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes e consumidores de forma geral. É uma busca contínua e conseguirá chegar à frente a empresa que utilizar a sustentabilidade para melhorar sua gestão, inovar e compartilhar valor. Afinal, se uma solução sustentável tiver um custo maior para o cliente, certamente ela não é a mais sustentável.

*Roberto Araújo é diretor-presidente da Fundação Espaço ECO.

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Este texto faz parte da série de artigos de especialistas promovida pelo Instituto Ethos com o objetivo de subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.

Veja também:
– A promoção da igualdade racial pelas empresas, de Reinaldo Bulgarelli;
– Relacionamento com partes interessadas, de Regi Magalhães;
– Usar o poder dos negócios para resolver problemas socioambientais, de Ricardo Abramovay;
– As empresas e o combate à corrupção, de Henrique Lian;
– Incorporação dos princípios da responsabilidade social, de Vivian Smith;
– O princípio da transparência no contexto da governança corporativa, de Lélio Lauretti;
– Empresas e comunidades rumo ao futuro, de Cláudio Boechat;
– O capital natural, de Roberto Strumpf;
– Luzes da ribalta: a lenta evolução para a transparência financeira, de Ladislau Dowbor;
– Painel de stakeholders: uma abordagem de engajamento versátil e estruturada, de Antônio Carlos Carneiro de Albuquerque e Cyrille Bellier;
– Como nasce a ética?, de Leonardo Boff;
– As empresas e o desafio do combate ao trabalho escravo, de Juliana Gomes Ramalho Monteiro e Mariana de Castro Abreu;
– Equidade de gênero nas empresas: por uma economia mais inteligente e por direito, de Camila Morsch;
– PL n° 6.826/10 pode alterar cenário de combate à corrupção no Brasil, de Bruno Maeda e Carlos Ayres;
– Engajamento: o caminho para relações do trabalho sustentáveis, de Marcelo Lomelino;
– Sustentabilidade na cadeia de valor, de Cristina Fedato;
– Métodos para integrar a responsabilidade social na gestão, de Jorge Emanuel Reis Cajazeira e José Carlos Barbieri;
– Generosidade: o quarto elemento do triple bottom line, de Rogério Ruschel;
– O que mudou na sustentabilidade das empresas, de Dal Marcondes;
– Responsabilidade social empresarial e sustentabilidade para a gestão empresarial, de Fernanda Gabriela Borger;
– Os Dez Mandamentos da empresa responsável, de Rogério Ruschel;
– O RH como alavanca da estratégia sustentável, de Aileen Ionescu-Somers;
– 
Marcas globais avançam na gestão de resíduos sólidos, de Ricardo Abramovay;
– Inclusão e diversidade, de Reinaldo Bulgarelli;
– Da visão de risco para a de oportunidade, de Ricardo Voltolini;
– Medindo o bem-estar das pessoas, de Marina Grossi;
– A quantas andam os Objetivos do Milênio, de Regina Scharf;
– Igualdade de gênero: realidade ou miragem?, de Regina Madalozzo e Luis Cirihal;
– Interiorização do Desenvolvimento: IDH Municipal 2013, de Ladislau Dowbor;
– Racismo ambiental: derivação de um problema histórico, de Nelson Inocêncio;
– Procuram-se líderes da sustentabilidade, de Marina Grossi e Marcos Bicudo;
– Relato integrado: evolução da comunicação de resultados, de Álvaro Almeida;
– A persistência das desigualdades raciais no mundo empresarial, de Pedro Jaime;
– A agropecuária e as emissões de gases de efeito estufa, de Marina Piatto, Maurício Voivodic e Luís Fernando Guedes Pinto;
– Gestão de impactos sociais nos empreendimentos: riscos e oportunidades, de Fábio Risério, Sérgio Avelar e Viviane Freitas;
– Micro e pequenas empresas mais sustentáveis. É possível?, de Marcus Nakagawa;
– Executivos negros e movimento antirracista no Brasil, de Pedro Jaime;
– Lixo: marchas e contramarchas de um debate fundamental, de Maurício Waldman;
– Contribuições da certificação socioambiental para a sustentabilidade da citricultura brasileira, de Por Luís Fernando Guedes Pinto, Daniella Macedo, Alessandro Rodrigues e Eduardo Augusto Girardi;
– Entre o 2 e o 3, existe o 2,5, de Rafael Morais Chiaravalloti;
– Trabalho longe de casa, de Marina Loyola;
– Desigualdades raciais e de gênero e ações afirmativas no Brasil, de Pedro Jaime;
– A ilusão da igualdade, de Carol Nunes;
Tributação de pequenas empresas e desenvolvimento, de Bernard Appy; e
Gestão dos recursos hídricos, um problema constante, de Martim Afonso Penna.

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