Coalizão Brasil comenta dados do desmatamento divulgados nesta semana
O aumento expressivo do desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos, conforme números anunciados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), na terça-feira (29/11), alerta que o Brasil ainda está longe de controlar o desmatamento a despeito das reduções que ocorreram nas taxas na última década. É preciso ações enérgicas no monitoramento, fiscalização e responsabilização efetiva pelo desmatamento e exploração florestal ilegal. Paralelamente, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura defende forte ampliação das políticas públicas que fortaleçam áreas protegidas e incentivem iniciativas de conservação e manejo sustentável das florestas.
A compilação do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Inpe, apontou uma área de 7.989 km2 de corte raso no período de agosto de 2015 a julho de 2016, um aumento de cerca de 30% em relação ao período anterior de medição e de 60% nos últimos dois anos. Trata-se da maior taxa registrada desde 2008.
Esse desmatamento constituiu um retrocesso nos esforços do país de reduzir emissões de gases do efeito estufa (GEE). Apenas a estimativa de crescimento das emissões na Amazônia no último ano representa um acréscimo de pelo menos 130 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) lançados na atmosfera, o que equivale às emissões de totais da maioria dos países latino-americanos. Nos distanciamos em muito da meta brasileira de redução do desmatamento para 2020, que é de 3.925 km2. Isso mostra que o compromisso apresentado no Acordo do Clima de Paris, que prevê o fim do desmatamento ilegal na Amazônia em 2030, precisa ser revisto imediatamente.
O Brasil não poderá continuar a tolerar essa realidade enquanto busca protagonismo em um desenvolvimento baseado em baixas emissões de carbono e na implementação do Acordo.
Para a Coalizão Brasil, combater o desmatamento é uma agenda de Estado que não pode retroceder. Além de monitorar e agir nos focos de desmatamento valendo-se de tecnologias já disponíveis, o governo e a sociedade precisam ter um olhar inovador sobre as florestas, que valorize as oportunidades econômicas que elas abrigam e que podem ser consolidadas ou criadas, trazendo empregos e renda a partir da conservação e uso sustentável.
Assim, a Coalizão – movimento multissetorial, que reúne 150 empresas, associações e organizações da sociedade civil – elencou um conjunto de recomendações para conter o desmatamento de imediato e, ao mesmo tempo, promover a economia de baixo carbono no país.
Por Coalizão Brasil – Clima, Florestas e Agricultura
Foto: Época
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