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CONFERÊNCIA ETHOS 360°

Por um futuro equilibrado

28/06/2016

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Durante a semana da Conferência Ethos 360° e a 50 dias do início da Olimpíada e Paralimpíada, o governador em exercício, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública no Estado do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito 50 dias antes do início da Olimpíada e Paralimpíada. Como a conferência tratou de temas como integridade, mudança do clima e transparência nos gastos governamentais, nada mais oportuno (apesar de triste) o momento para falar de como são as tomadas de decisão que envolvem os recursos públicos.

A crise do estado fluminense, em grande parte, tem sido atribuída à diminuição no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Hoje o Rio tem um déficit de R$ 19 bilhões em seu orçamento — desse valor, R$ 7 bilhões são dívidas. De acordo com os números de sua secretaria estadual, o orçamento previsto para 2016 é de R$ 79 bilhões.

Os motivos da crise são diversos, entretanto o painel “As oportunidades e os desafios para o Rio de Janeiro com a descarbonização da economia” discutiu, na Conferência Ethos 360°, especificamente a queda acentuada do barril de petróleo, de US$ 110 para US$ 40, o que afeta muito a arrecadação de royalties pelos municípios. Além disso, as turbulências na Petrobras, por causa da Lava-Jato, também contribuíram para o agravamento da situação no setor. Suzana Kahn, professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), e David Zylbersztajn, sócio e diretor da DZ Negócios com Energia, conversaram durante 1 hora sobre saídas para a economia fluminense, com base na inovação e na descarbonização.

Na abertura da mesa, o diretor executivo do Ethos, Caio Magri, mediador do diálogo, deu destaque ao engajamento das empresas no Fórum Clima, grupo de trabalho do Instituto Ethos que orienta e apoia organizações no aperfeiçoamento de suas práticas corporativas e na construção de políticas públicas. Após o lançamento da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança do Clima, em 2015, os integrantes do fórum reforçam sua atuação em 2016, que se concentrará no financiamento climático.

Liderança em inovação pode tirar o Rio do lamaçal
Suzana não deixou dúvidas: a descarbonização vai acontecer, sim. E mais: ela ocasionará mudanças de conjuntura e estrutura, exigindo uma reorganização de forças. Fala-se exaustivamente sobre investimentos em energia como “troca de fonte”, por exemplo. Mas a discussão precisa ir além, já que não se trata mais de investir apenas em novos recursos, em substituição aos tradicionais, mas também de repensar o consumo.

A solução para os problemas no Rio de Janeiro está em investimentos em automação, conectividade e mobilidade, na eletrificação de veículos e na economia compartilhada. O papel do poder público, portanto, é regulamentar e apoiar as transformações e criar incentivos para pesquisa e desenvolvimento. Paralelamente, é urgente reestruturar o setor de petróleo, em declínio no Brasil e no mundo, e o uso de hidrocarbonetos.

2100 sem combustíveis fósseis
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) afirma que, em 2015, as renováveis movimentaram US$ 270 bilhões. Ou seja, a troca de matriz energética já não se limita mais às conversas entre ambientalistas e se mostra com grande potencial de gerar oportunidades de negócio. Porém, é como o ditado diz: “Deus ajuda quem cedo madruga”. Ou seja, as empresas que saírem à frente possivelmente usufruirão bem mais dos ganhos dessas mudanças do que as que demorarem para rever suas ações. Para David, reorganizar o setor petrolífero baseando-se na extração de pré-sal é um erro, um retrocesso, já que a tendência global é de que até 2100 os automóveis não sejam mais movidos a hidrocarbonetos. Entretanto, para que as metas sejam atingidas, o governo, as empresas e toda a sociedade deverão se esforçar (e muito). Afinal, será o nosso empenho que possibilitará as próximas gerações viver em um planeta com equilíbrio e bem-estar.

 

Por Flavia Resende, do Instituto Ethos.

Foto: Gabriela Carrera

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