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Pesquisa revela que crianças e adolescentes se sentem inseguros em São Paulo

24/07/2015

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Irbem_Crianca e AdolescenteA pesquisa Irbem Criança e Adolescente, divulgada nesta quinta (23/7), mostra que 61% do segmento têm medo de “assalto e roubo”.     

Entre 13 áreas relacionadas à qualidade de vida na cidade de São Paulo, a de “segurança e proteção” é a mais mal avaliada (nota média de 5,1) por crianças e adolescentes. O dado integra os resultados da pesquisa Irbem Criança e Adolescente, divulgada nesta quinta-feira (23/7).

A pesquisa de percepção, que entrevistou 805 crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, é uma iniciativa do Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope Inteligência – que realizou o levantamento –, tendo contado com o apoio do Instituto Alana e do Instituto C&A.

A Irbem Criança e Adolescente revela também que 61% dos entrevistados têm medo de “assalto e roubo”. Podendo citar até três opções, as crianças e adolescentes incluíram a “violência em geral”, com 56% das citações, e “tráfico de drogas”, com 33%, entre as principais motivações para a insegurança que sentem.

Medo de “sair à noite”, com 21%, e medo da “polícia”, com 20%, integram o rol dos itens mais citados pelo segmento. O receio dos pesquisados em relação à “polícia” aparece em outro dado do levantamento. Ao avaliar “o modo como as pessoas são tratadas pelos policiais”, as crianças e adolescentes entrevistados atribuíram nota média de 4,3, a pior na área de “segurança e proteção”.

Entre as áreas que receberam as menores notas da pesquisa estão “aparência e estética” da cidade e “meio ambiente” (ambas com média de 5,3). As maiores notas foram atribuídas às áreas de “acesso à internet” (7,9), “educação” (7,3) e “relações humanas” (7,1).

A nota média da pesquisa em relação às 13 áreas pesquisadas ficou em 6,2.

Evento de lançamento

Os dados da pesquisa foram apresentados durante evento público realizado no Sesc Consolação. Na abertura da atividade, o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, avaliou que o levantamento de percepção de crianças e adolescentes paulistanos “é inédito e surpreendente”.

Ele disse esperar que a pesquisa contribua para ampliar na sociedade uma reflexão sobre a proposta de redução da maioridade penal, que considera um equívoco. “É preciso que nossos representantes ouçam a população e os jovens antes de tomarem medidas equivocadas”, criticou.

Ao apresentar os principais dados do levantamento, a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, informou: “É a primeira vez que estamos fazendo uma pesquisa na cidade sobre a percepção do público infanto-juvenil”. Segundo ela, o levantamento revela como a criança ou o jovem vê ou percebe a cidade. “Esperamos que os dados contribuam com políticas e ações para a melhoria da qualidade de vida em São Paulo”, afirmou.

Raniere Pontes, coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, lembrou que “a realização da pesquisa é um sonho de mais de dois anos e uma contribuição para a cidade”. Os resultados do levantamento, na avaliação de Pontes, mostram que a criança e o adolescente não se sentem protegidos e seguros na cidade. “Convidamos a todos para que utilizem os dados da forma mais ampla possível, para que a realidade mude.” Ele concluiu sua fala com uma defesa enfática: “Não à redução da maioridade penal!”.

Já Isabella Henriques, do Instituto Alana, destacou que “nada melhor do que saber da própria criança e do adolescente como eles avaliam a cidade”.

O evento contou com a participação do grupo Matéria Rima, que cantou o Hino Nacional Brasileiro em ritmo de hip hop, além de outras atividades culturais, como a exibição do vídeo O Que É Ser Jovem.

Após a apresentação dos dados da pesquisa, foi realizada uma roda de conversa em que jovens puderam apresentar suas opiniões sobre o levantamento e fazer questionamentos ao secretário municipal dos Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, e à primeira-dama de São Paulo, Ana Estela Haddad. Os dois representantes da Prefeitura responderam as perguntas e se posicionaram contra a redução da maioridade penal.

Sobre a pesquisa Irbem Criança e Adolescente

Desde 2010, a Rede Nossa São Paulo tem divulgado anualmente os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), com dados atualizados de percepção dos paulistanos sobre a qualidade de vida na cidade. Nesta pesquisa, porém, pela primeira vez foram entrevistadas apenas crianças e adolescentes, de 10 a 17 anos. As perguntas da pesquisa abordam temas do cotidiano do segmento, como escola e amigos, até conhecimento e avaliação das instituições, como a Prefeitura e a Câmara Municipal.

As 805 entrevistas foram realizadas entre 13 e 30 de junho de 2015, em todas as regiões da cidade. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Confira aqui os dados da pesquisa Irbem Criança e Adolescente.

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

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