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Dados revelam a quantidade de carbono emitida pelo Brasil entre 1970 e 2014

24/11/2015

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Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG) aponta para estabilização na queda de emissões de carbono do Brasil.

Na última quinta-feira (19), o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Efeito Estufa (SEEG) publicou as estimativas atualizadas das emissões de carbono pelo Brasil entre 1970 e 2014. Em 2014, o Brasil emitiu 1,558 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2e) e reduziu apenas 0,9% de suas emissões em relação ao ano anterior, apesar da diminuição de 18% na taxa de desmatamento da Amazônia. O aumento de 6% da quantidade de carbono lançada na atmosfera pelo setor de energia impediu que a queda do índice de desmatamento fizesse diferença nos números gerais.

Para Tasso Azevedo, coordenador do SEEG, “os novos dados consolidam o fim da fase de queda de emissões verificada entre 2004 e 2009. Desde então, as emissões têm flutuado em torno de 1,5 bilhão de toneladas de CO2”. A ministra Izabella Teixeira esteve no evento de lançamento do relatório e destacou o quão importante essa iniciativa é para estimular o engajamento da sociedade no debate sobre as mudanças climáticas.

Os vilões do efeito estufa: energia e desmatamento

O setor de energia emitiu, em 2014, 479,1 milhões de toneladas (mt) de CO2e e é um dos principais emissores de carbono, perdendo apenas para o desmatamento, que é responsável por 486,1 mtCO2e.

E por que a redução do Brasil foi tão pequena em 2014?

  1. Os transportes estão emitindo 3% mais carbono do que em 2013;
  2. A geração de eletricidade teve um aumento de 23% em suas emissões. Em razão da seca que esgotou os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste, houve a necessidade de acionar usinas termelétricas fósseis, que poluem mais;
  3. A produção de combustíveis emitiu 6,8% mais, por causa da produção e do refino de óleo e gás – incluindo a exploração do pré-sal.

André Ferreira, presidente do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), que coordenou as estimativas do SEEG relativas à energia e a processos industriais, lembra que tais níveis de emissões do setor energético são incompatíveis com o estado da economia brasileira, que pouco cresceu no último ano.

Os dados do SEEG são de extrema importância para monitorar o compromisso assumido pelo Brasil de diminuir voluntariamente suas emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020, previsto pela Política Nacional sobre Mudança do Clima, e para as negociações na Conferência do Clima das Nações Unidas, que começará na próxima semana (30), em Paris. Os dados estão disponibilizados gratuitamente no site do SEEG. O SEEG também lançou neste ano o Monitor Elétrico, ferramenta online, atualizada diariamente, que mostra a geração de eletricidade no Brasil – no Sistema Interligado Nacional – e suas emissões de GEE.

 

Publicado originalmente no site do Fórum Clima.

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