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Natura investe em práticas diversas para reduzir emissões de gases de efeito estufa

Empresa diz trocar experiências e aprender com a participação no GT Fórum Clima

25/03/2017

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Com a proposta de reduzir os impactos ambientais a Natura tem investido em várias práticas que vão desde a disseminação de conhecimento sobre a importância da redução do aquecimento global para sua cadeia de valor, até a adoção de carros elétricos e bicicletas para a realização da entrega de produtos.

Parceira Institucional do Ethos e participante ativa do Fórum Clima a empresa, através do gerente de Sustentabilidade, Keyvan Macedo, fala sobre as experiências vivenciadas desde a criação do Programa Carbono Neutro e revela com exclusividade o que planeja apresentar na Conferência Ethos 2017.

Ethos: Quanto tempo e o que foi necessário para a Natura implantar o projeto de logística verde que utiliza mais de 20 veículos sustentáveis, entre carros elétricos e bicicletas, para entregar os produtos da marca?
Keyvan Macedo: Esse projeto está contextualizado num programa implantado há 10 anos pela Natura, o Carbono Neutro, que atende a nossa iniciativa em pensar estratégias de como melhorar o impacto ambiental em nosso transporte de pessoas e de produtos. Para isso implantamos uma série de iniciativas a fim de melhorar o sistema. Como por exemplo, adotarmos o uso da navegação de cabotagem para substituir o sistema rodoviário nos centros de distribuição do Norte e Nordeste. Em 2012 demos início ao projeto de logística verde, sendo implementado efetivamente em 2014. Procuramos avaliar, dentre outras questões, que a prestação destes modelos de transporte ocorresse de forma a não impactar no custo e prazo estabelecidos para a entrega, mantendo a qualidade. Para tanto a parceria com transportadoras terceirizadas foi de grande importância.

Ethos: Foi necessário um grande investimento financeiro para que este projeto se tornasse realidade?
Keyvan Macedo: O que podemos dizer é que se comparados aos modelos respectivos, os carros elétricos têm um custo que equivale a 4 vezes mais que um veículo de combustão. Além disso, por ainda não existir mercado para estes carros, depois de certo tempo o veículo passa a valer zero.

Ethos: Mesmo diante deste cenário a Natura empreendeu neste projeto. Qual é o principal motivo para esta tomada de decisão?
Keyvan Macedo: O compromisso em reduzir as emissões constantemente. Mesmo que tenhamos um custo inicial maior acreditamos que vale fomentar os fornecedores. Além disso, aumentando a escala, o preço da tecnologia tende a ter uma redução ao longo do tempo. Já vínhamos adotando novas práticas a fim de atingir nossa meta de redução dos gases de efeito estufa e num primeiro momento adotamos o uso de veículos de combustível flex. No segundo momento inovamos novamente ao empreender com os carros elétricos. As bicicletas implementadas atualmente nas entregas em Vitória (ES) e Porto Alegre (RS) estão sendo analisadas, pois apesar das vantagens ambientais temos que levar em consideração a desvantagem em não conseguirem transportar muitas cargas ao mesmo tempo. Além da limitação ocasionada pela topografia das cidades. As ciclofaixas ajudam a facilitar os trajetos, mas não são uma questão de exclusão para levarmos os projetos para outras localidades. Temos interesse em expandir esta modalidade de transporte para outras cidades, para isso estamos em busca de parceiros.

Ethos: Por que o projeto de carros elétricos teve início nas cidades de São Paulo (SP), Valinhos (SP) e Belo Horizonte (MG)? Seria por conta do mercado da Natura nestes locais ou por iniciativas públicas que facilitaram a implementação do projeto nestas localidades?
Keyvan Macedo: Se deve as parcerias com prestadores de serviço. Se a gente tiver a sorte de encontrar prestadores em outros locais e pudermos contar com incentivos do governo poderemos ampliar em outras cidades.

Ethos: Além dos carros elétricos e das bicicletas há planos de ampliar a logística verde em outras ações?
Keyvan Macedo: Sim, a Natura já vem se desafiando em fazer o envio das mercadorias via cabotagem (navio), que tem uma logística mais morosa. Já fizemos um piloto com caminhões a Etanol, que não é um etanol comum e por isso se faz necessário que o transporte atenda a distâncias menores, de aproximadamente 40 km, sem possibilidade de atuarem em larga escala. Nossa aposta em médio prazo é nos transportes elétricos. Os biocombustíveis também são uma opção ainda em desenvolvimento. A partir da implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), assumida pelo governo brasileiro na 21ª Conferência das Partes (COP21), realizada em Paris, o fomento destas tecnologias possibilitará ainda mais opções de investimento em modais.

Ethos: Há outras iniciativas na área da mobilidade urbana? Inclusive com foco nos funcionários da Natura?
Keyvan Macedo: Temos incentivado os colaboradores da Natura a adotarem a prática de caronas. Inclusive temos o projeto de um software para facilitar e fomentar esta prática. Muitos de nossos colaboradores fazem uso dos fretados e de veículos compartilhados. Em Campinas os colaboradores têm uma rede neste sentido. Outra alternativa que deu certo foi ao final de 2015, quando fizemos a locação de um escritório provisório na Lapa (SP), que em função da localização tem facilitado o deslocamento das pessoas em outros modais como bicicletas por exemplo. Tenho um colaborador que usa a bicicleta praticamente todos os dias para vir trabalhar.

Ethos: De que forma a Natura tem investido em intermodalidade? E em relação a ações de advocacy junto ao poder público
neste sentido?
Keyvan Macedo: Temos uma revisão contínua dos prestadores de serviço que fazem o fretamento, a fim de rever a malha para um sistema de rota cada vez mais eficaz e os colaboradores também podem sugerir rotas para facilitar a intermodalidade. Acabamos de lançar uma política interna de incentivo para os executivos da Natura que têm direito a um veículo. Aqueles que optarem por carros elétricos terão uma faixa de valor diferenciada. Até porque poderão realizar a recarga do veículo aqui na empresa e irão economizar ao não precisarem do reembolso de combustível. Na Natura nenhum executivo tem direito ao uso de veículos à diesel. Quanto ao advocacy estamos pleiteando uma revisão da alíquota de tributação dos veículos.

Ethos: Há dados consolidados sobre quanto a Natura já conseguiu alcançar do compromisso público, assumido em 2014, de reduzir em 33% a emissão relativa de gases de efeito estufa em toda a sua cadeia de valor até 2020?
Keyvan Macedo: A primeira divulgação referente ao período de 2012 a 2016 apontou 1,4% de redução. Uma porcentagem acanhada diante ao número exponencial que esperamos alcançar. Uma proposta bastante desafiadora, mas que acreditamos que conforme novas tecnologias vão sendo implementadas irão auxiliar neste sentido. Os veículos elétricos são a grande aposta. Acreditamos que até 2030 grande parte da frota brasileira será de carros elétricos. A Natura tem consciência que mesmo com esta redução não zera as emissões, por isso entende que além de reduzir tem uma obrigação voluntária de compensação. Temos um grande projeto de compensação de emissões de gases de efeito estufa, com edital público que recebe vários projetos, de proponentes em toda América Latina e envolve questões como reflorestamento e até sugestões de substituição dos fogões comuns por ecoeficientes.

Ethos: A Natura tem envolvido e fomentado que a cadeia de valor da empresa também atue e participe de forma colaborativa nestes projetos? Mais que isso, que adote práticas de forma a contribuir com a redução do aquecimento global e com a mobilidade urbana?
Keyvan Macedo: Junto às consultoras Natura realizamos a divulgação institucional de nossas ações e no comércio eletrônico, para as consultoras digitais, disponibilizamos informações sobre os diferenciais de como a Natura atende à demanda de redução do aquecimento climático. A tampa da caixa onde os produtos são entregues também seguem com comunicação a este respeito e a revista que as consultoras recebem aborda o tema da sustentabilidade. Os fornecedores são constantemente acompanhados e avaliados através do Programa Qulicar de certificação dentro dos padrões Natura.

Ethos: Qual a avaliação da Natura em relação às iniciativas do Ethos sobre mudança do clima e mobilidade urbana?
Keyvan Macedo: Nós participamos desde o início do Fórum Clima, onde assinamos a carta compromisso em 2009 e ratificamos a assinatura da Carta de 2015, referente ao Acordo de Paris.  Percebemos neste movimento do Fórum Clima um espaço onde realizamos a troca de experiências com outras empresas, mesmo sendo de setores diferentes, pois nos unimos por uma mesma pauta que é transversal a todas. Além disso, o Fórum Clima também fortalece a Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), trazendo exemplos do que pode ser feito nesta agenda. Na última Conferência Ethos 360o (realizada em São Paulo, em setembro de 2016), a Natura, a Votorantim Cimentos e o Carrefour participaram de uma mesa sobre o tema. Para 2017 estamos nos planejando para abordar as contribuições da NDC.

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

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