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Política interna de diversidade agrega valor às empresas

Marina Ferro, do Ethos, falou sobre diversidade nas empresas em evento da FIRJAN

27/07/2017

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Cerca de 53% dos brasileiros são negros, mas apenas em 2010 essa parcela alcançou o mesmo IDH que os brancos tinham em 2000. Negros e brancos só terão equidade salarial no Brasil daqui a 127 anos. Atento a este cenário alarmante, o Sistema FIRJAN promoveu o seminário Gestão da Diversidade: Equidade Racial como Valor para o Negócio, que apresentou propostas para ampliar a inclusão desse grupo nas empresas. O seminário faz parte da oitava edição do Festival X-Tudo SESI Cultural, que esse ano aborda o tema “Cultura Negra” e seus desdobramentos na sociedade.

“Organizações de referência e balizadoras do mercado têm procurado saber o que as empresas praticam para aumentar a contratação de profissionais negros. Até a Bovespa tem um indicador que mede esse fator”, destacou Liliane Rocha, fundadora da Gestão Kairós Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade.

Um estudo da consultoria McKinsey aponta que as companhias classificadas no topo do ranking de diversidade tiveram um retorno sobre o patrimônio 53% maior do que as posicionadas no final da lista. Ao mesmo tempo, o indicador de Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda (Lajir) das empresas com mais diretores de diferentes origens foi 14% mais alto do que daquelas com menos diversidade.

“É preciso fazer um diagnóstico para entender quais são os pontos fracos de uma empresa para então elaborar uma política interna de diversidade. Para alcançar melhores resultados, é importante o compromisso da alta liderança com a causa”, avaliou Juliana Maia, analista de Programas da ONU Mulheres. Ela apresentou também o programa da ONU Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), oportunidade para reconhecer a contribuição desse grupo à sociedade, bem como propor medidas concretas para promover sua inclusão.

Coalizão
Em 2016, 35,7% dos colaboradores no quadro funcional de uma empresa brasileira eram negros, segundo dados do estudo Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas, elaborado pelo Instituto Ethos. Ao se analisar o quadro executivo, o número cai para 4,7%.

Por isso, o Ethos fundou este ano a Coalização Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, em parceria com o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) e com o Institute for Human Rights and Business (IHRB).

“O objetivo da iniciativa, aberta a todas as empresas, é criar um espaço de debate e estímulo à implementação e ao aprimoramento de políticas públicas e práticas empresariais para superar a discriminação racial e de gênero nas organizações”, analisou Marina Ferro, gerente executiva de Práticas Empresariais e Políticas Públicas da entidade.

Boas práticas
A política estratégica de diversidade e inclusão da White Martins, iniciada em 1975 e aperfeiçoada ao longo dos anos, foi detalhada ao público. “A meta da empresa é refletir em seu quadro de colaboradores a realidade da sociedade brasileira, que não é formada apenas por homens brancos”, explicou Carolina Werneck, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da empresa.

A White Martins aposta na garantia da diversidade de gênero em todos os processos seletivos externos, firmando parceria com consultorias especializadas para atração de talentos afrodescendentes, oferecendo bolsas de inglês para jovens negros e estruturando um plano de desenvolvimento e banco de talentos com foco em mulheres e afrodescendentes.

Já a Coca-Cola montou um grupo de trabalho, do qual todo funcionário da empresa pode participar, para elaborar ações afirmativas dentro da empresa. Segundo Katielle Haffner, Brand Manager e líder do grupo de diversidade de raça e nível socioeconômico da empresa, a Coca-Cola acredita que a diversidade ajuda a refrescar a visão de mundo, criar valor e fazer a diferença.

“Uma das ações foi ampliar nossa gama de universidades contempladas nos processos seletivos para trainee, abrindo espaço para outras pessoas se destacarem. Abrimos mão do inglês, focando mais no valor dos candidatos. Depois, oferecíamos cursos intensivos do idioma até que esses profissionais chegassem ao nível que precisávamos”, explicou.

 

Por FIRJAN

Foto: Hector Santos

 

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