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Projeto Negócios Sustentáveis: modelagem avança

02/09/2014

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Próxima etapa é apresentar o resultado na Conferência Ethos 360°, que se realiza no dias 24 e 25 de setembro de 2014, no WTC, em São Paulo.

Aconteceu na tarde da última quarta-feira (27) a reunião do Projeto Negócios Sustentáveis: Transformando Ideias em Modelos Inovadores, na Casa do Saber, em São Paulo. O encontro reuniu cerca de 30 representantes das empresas ativadoras e de economistas (shapers) que ajudaram a “moldar” o final do modelo do tema escolhido nas reuniões anteriores: microgeração distribuída de energia por fontes alternativas. Foi a reunião “Estúdio de Modelagem II” do projeto.

Na opinião de Henrique Lian, diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Instituto Ethos, “a vanguarda desse projeto é olhar através dos olhos do empreendedor, sabendo jogar com as regras do mercado, lidando com a concorrência do mercado externo, mas sempre sendo sustentável”.

Para Marco Fujihara, diretor da Key Associados e um dos mais ativos participantes de todo o processo, “gerar um modelo que pare em pé é nosso maior desafio, porque sabemos que há mais dificuldades do que facilidades para sua implementação”.

Os debates ocorridos durante a reunião do dia 27/8 abordaram aspectos de mercado e operacionais do modelo desenhado.

Nas questões de mercado, foram discutidos assuntos como o panorama atual das renováveis, as possibilidades de importação de componentes, os benefícios de se criar uma reserva de mercado para a indústria nacional desses componentes e a capacidade de back-up das empresas distribuidoras.

Se, por um lado chegou-se à conclusão de que a geração distribuída é viável, uma vez que existem 157 usinas de micro e minigeração, totalizando 2.460 kW, por outro lado as distribuidoras ainda não recebem o excedente de energia e, portanto, não fazem back-up. Se houver consumo maior do que o previsto, os clientes precisarão comprar no mercado livre, aos preços praticados no momento da compra.

Do ponto de vista operacional, observou-se que as fontes eólica e solar são as que apresentam maior potencial de escala. A energia eólica tornou-se viável porque parques eólicos foram construídos como obras de infraestrutura no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) do governo federal. Há previsões de investimento de R$ 40 bilhões até 2020. Com relação à energia solar, o deputado Alfredo Sirkis, presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, que esteve presente ao encontro, esclareceu que o Brasil tem um atraso tecnológico, principalmente em relação à China, no item mais importante dos componentes da célula fotovoltaica, que é justamente o chip. “Talvez precisássemos abrir o mercado para esse chip por um período, para criar demanda e incentivo para a produção nacional, e depois utilizar o componente produzido aqui”, argumentou Sirkis. “Mas, para isso, seria necessário criar uma política fiscal voltada para a energia solar, que ainda não temos”, arrematou ele.

O jornalista e engenheiro Paulo Ludmer lembrou que a energia eólica também tem impactos, porque modifica a paisagem. E Marcos Fujihara alertou que, para a construção das baterias para energia solar e eólica, vamos depender dos metais das terras raras da China e do lítio do Afeganistão e da Bolívia. “Enfim, são energias renováveis, mas não tão limpas assim.”

Recapitulando

Henrique Lian abriu os trabalhos do dia 27/8 com a recapitulação do que é o Projeto Negócios Sustentáveis: Transformando Ideias em Negócios Inovadores. Trata-se de uma iniciativa que quer demonstrar, no tempo, a viabilidade econômico-financeira dos negócios sustentáveis no Brasil por meio de inovação que possa ser replicada em escala.

Por isso, um grupo de nove grandes empresas, chamadas “ativadoras” – Alcoa, BNDES, CPFL Energia, Fibria, IBM, Natura, Santander, Vale e Walmart –, com a colaboração de consultores de design, branding, economia e finanças, assim como associações de classe, formaram um think tank, ou uma usina de ideias, com o objetivo de formular, até a Conferência Ethos, em setembro, uma nova modelagem de negócio, com foco em inovação e sustentabilidade, que possa ser replicada em escala.

O primeiro passo do projeto foi eleger os temas que serviriam de base para a modelagem futura. Isso foi feito na reunião de “pré-kick-off”. No lançamento propriamente dito, ou “kick-off”, dois temas foram selecionados: energia e gestão de resíduos, ambos aplicados à cadeia de valor.

No Laboratório de Design I, aplicando a ferramenta de design thinking, uma forma de pensar baseada na maneira como os designers usam a criatividade para propor soluções inovadoras, os participantes tiveram de decidir qual o tema a modelar entre gestão para a energia e gestão para resíduos, os assuntos selecionados no kick-off. O grupo se decidiu pela gestão de energia. Assim, na etapa seguinte, o Laboratório de Design II, discutiu-se qual recorte seguir.  O grupo selecionou quatro oportunidades de negócios: microgeração distribuída solar; eficiência térmica na indústria; geração a partir de resíduos; e microgeração distribuída rural.

No Estúdio de Modelagem I, os participantes foram divididos em quatro grupos e, por meio da metodologia Canvas, apresentaram quatro oportunidades de negócio viáveis.

A metodologia Canvas é um mapa visual pré-formatado, contendo os blocos estratégicos de um modelo de negócios.

O plano escolhido para modelagem foi o de microgeração distribuída de energia com fontes alternativas.

Agora, no Estúdio de Modelagem II, o plano recebeu os últimos retoques para ser apresentado na Conferência Ethos 360o, no módulo Análise de Casos de Negócios Sustentáveis, que será realizado no dia 25 de setembro, das 14h00 às 15h00.

Por Cristina Spera, do Instituto Ethos

Foto: Marco Aurélio Martins

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