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Quais os caminhos possíveis para promover um canal de denúncia efetivo?

19/07/2017

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Temática foi discutida em encontro do GT Integridade do Instituto Ethos

Como propor um modelo de denúncias nas empresas para que os denunciantes se sintam confortáveis em fazê-las? Esta foi uma das perguntas que nortearam o último encontro do Grupo de Trabalho de Integridade do Instituto Ethos, no dia 13 de junho.

Para falar sobre esta temática, o convidado foi Cassiano Machado, do ICTS Gestão de Riscos Consultoria e Serviços, que abordou uma pesquisa feita pela consultoria sobre o perfil ético dos profissionais das corporações brasileiras, ou seja, entender como funciona a questão das denúncias nas empresas e que caminhos podem ser tomados para incentivar estas atitudes.

A pesquisa apresentada demostrou de 48% dos entrevistados denunciam práticas não-íntegras a depender da circunstância, 12% não denunciam e 40% denuncia. Entre as razões apresentadas pelos profissionais que analisam o ambiente antes de denunciar, estão o medo de represália, a lealdade para com o chefe ou a equipe, os laços interpessoais e o medo de ser taxado de dedo duro. Estes aspectos indicam que a denúncia depende de um ambiente favorável para que aconteça.

Com isso, Machado apresentou um cenário sobre o canal de denúncias e sua importância, incluindo exemplos de legislação internacional. Em países com legislação mais avançada, o canal de denúncia tem regras estipuladas, entre eles, quem pode ou não denunciar e quais são as situações que podem ser denunciadas, o que facilita o entendimento do papel desta ferramenta. Sobre o cenário do canal de denúncia, o ICTS fez uma pesquisa para entender os melhores caminhos para o estabelecimento de um espaço de denúncia que seja acolhedor ao denunciante. Entre as preferências estão o uso da internet (62%) para fazer a denúncia, a não-revelação da identidade do denunciante (70%).

Entre os assuntos mais denunciados, 44% estão ligadas aos relacionamentos interpessoais, o que inclui assédio; 33%, a atos de má intenção ou ilícitos e 23%, à não conformidade com as normas e políticas da empresa. Sobre o perfil do denunciante, 92% são colaboradores da empresa e sobre os denunciados, 59% são líderes ou colegas de trabalho. Cassiano finalizou a sua fala dizendo que o caminho para estimular a denúncia é prover segurança e acesso ao denunciante, fornecendo um canal de denúncia fácil. Além disso, a qualidade da denúncia é fundamental para que uma investigação possa ser iniciada e que, portanto, o canal deve estar preparado para absorver as informações que o denunciante tem.

Na segunda temática discutida no encontro, Paula Oda, coordenadora de projetos em práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos, apresentou a minuta de decreto sobre a Lei do Lobby, enviada pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) ao Palácio do Planalto, que regulamenta a relação entre o particular e o agente público no Executivo Federal. Entre os avanços presentes na minuta estão a publicização agenda de reuniões entre autoridades ou servidores e grupos de interesse em todos os níveis hierárquicos e a vedação ao recebimento de presentes ou qualquer tipo de benefício por parte dos servidores.

No entanto, apontou que a regulamentação possui itens importantes de melhoria, cujas sugestões deverão ser encaminhadas ao Ministério responsável pela minuta.

Além disso, foram apresentados os assuntos tratados na Conferência Ethos 360° do Rio de Janeiro referentes à área de Integridade. Para acompanhar a cobertura completa da Conferência Ethos 360° no Rio de Janeiro, acesse aqui.

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Public Domain Pictures

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