NOTÍCIAS

Compartilhar

Coordenadora da OIT destaca a importância da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil

No último dia 23 aconteceu o encontro da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil, uma aliança para incentivar a adoção de boas práticas e o planejamento de estratégias voltadas para a erradicação do trabalho infantil e a promoção da aprendizagem profissional. O projeto, lançado pelo Instituto Ethos em parceria com o Ministério do Trabalho (MTE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), possui atualmente 11 signatárias e é uma iniciativa já presente em outros 9 países da América Latina.

No encontro, os parceiros compartilharam a importância da Rede para criar um movimento no setor empresarial para esta temática. Além disso, a chance de aprendizagem que os jovens terão também foi lembrada. “Esta é uma oportunidade para romper com o ciclo da pobreza. Atualmente, temos muitos jovens brasileiros que não conseguem nem estudar e nem trabalhar e com este incentivo podemos oferecer opções para eles mudarem sua realidade, enfrentando os padrões de reprodução da pobreza na nossa sociedade. Além disso, esta ação alavanca o cumprimento da Lei do Aprendiz no Brasil, que é cumprida por apenas 23% das empresas”, destacou Mario Volpi, do Unicef.

Marcelo Bentes, da Fundação Roberto Marinho, lembrou dos desafios do cumprimento da Lei da Aprendizagem no interior do Brasil, apontando que “a Rede e suas parceiras podem influenciar neste processo e estimulando jovens à aprendizagem além dos grandes centros brasileiros”.

Na segunda parte do encontro, a proposta da construção do Guia Temático “Promoção da Aprendizagem Profissional e Erradicado do Trabalho Infantil”, dos Indicadores Ethos, foi apresentada. O objetivo da ferramenta é acompanhar o cumprimento dos compromissos acordados pelas signatárias da Rede e apoiar as empresas no mapeamento e gestão de políticas de erradicação do trabalho escravo e incentivo à aprendizagem. Além da apresentação, algumas empresas signatárias compartilharam suas iniciativas para a erradicação do trabalho infantil e promoção da aprendizagem.

Flavio Goulart, diretor de Assuntos Coorporativos e Comunicação da JTI, compartilhou os desafios e soluções. “Temos muitos agricultores em nossa cadeia de valor e nosso objetivo é certificar que não haja trabalho infantil e que as crianças das famílias agricultoras tenham acesso aos seus direitos. Para isso, temos incentivado e monitorado a presença dos filhos das famílias agricultoras nas escolas e em caso de irregularidade, o contrato pode ser encerrado. Além disso, apoiamos a Escola Família Agrícola, focada no aperfeiçoamento de jovens que estão e querem continuar no meio rural. Nosso programa Práticas Laborais na Agricultura avalia os pilares: segurança e saúde do trabalhador, relações de trabalho e mão de obra infantil. Ou seja, a questão do trabalho infantil é um dos pilares estratégicos da nossa organização”.

Lígia Neves, coordenadora do Programa de Proteção à Criança e Adolescente da Itaipu Binacional, comentou que é necessário investimento nesta área. “Na Itaipu temos diversos projetos focados nas crianças e adolescentes, que vão desde a inserção de jovens na empresa até investimento em programas de esporte para crianças e adolescentes. Focado no aprendizado, temos o Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT), onde os jovens trabalham no contraturno escolar e o programa oferece treinamentos e oficinas, que em algumas vezes incluem os pais. Todos os nossos projetos voltados para crianças e jovens tem reforço escolar e cursinho pré-vestibular para aqueles que já finalizaram o ensino médio. As questões do trabalho infantil estão na estratégia de responsabilidade social empresarial da Itaipu”, apresentou Lígia.

As empresas que desejarem fazer parte da rede podem acessar a Carta Compromisso aqui e a adesão, aqui. Para saber mais, envie e-mail para: [email protected] ou ligue para: (11) 3897-2400.

Em ocasião do lançamento da Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil, em 2016, a coordenadora da OIT, Maria Claudia Falcão, falou sobre a iniciativa. Clique aqui para assistir ao vídeo.

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos