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Ainda sobre a remoção das ciclofaixas

24/05/2017

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Coordenadora do Ethos faz artigo sobre a decisão do prefeito Dória


Na última sexta-feira, dia 19 de maio, o jornal Diário de S. Paulo publicou artigo da coordenadora de práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos, Flavia Resende.

No texto Resende aborda os benefício para as cidades e população ao empreendermos em mobilidade urbana, agenda que o Ethos passou a se debruçar desde dezembro de 2016 através do ForumMobi.

Leia abaixo o artigo na íntegra:


O que veio antes: a bicicleta ou a faixa?

Não sou de São Paulo e, logo que cheguei, morria de medo de pegar a bicicleta e me aventurar pelo trânsito da cidade. Assim que surgiram as primeiras ciclovias, criei coragem, peguei emprestada uma dessas bicicletas laranjas e vi que não era um bicho de sete cabeças. Muito pelo contrário, investi em uma bicicleta própria e fiz dela o meu principal meio de transporte. Passei a ver a cidade de outra maneira e a me relacionar com ela de outro jeito também. Meu vínculo com essa São Paulo, até então desconhecida, passou a crescer pedalada por pedalada.

A remoção de quilômetros de ciclofaixas, especialmente nos bairros mais afastados da cidade, pela prefeitura, alegando que as rotas são inseguras e prejudicam o comércio local, é um retrocesso.

Fora do carro e do ônibus é possível prestar mais atenção no comércio ao longo do caminho, o que estimula o consumo nesses estabelecimentos por onde antes as pessoas passavam sem prestar atenção.

O argumento da insegurança é válido, mas o que deve ser removido são os riscos ao nosso direito de ir e vir e não a ciclovia. Buracos devem ser tapados, sinalização e iluminação devem ser instaladas, lixos e obstáculos devem ser retirados e o policiamento reforçado.

Numa cidade onde as pessoas precisam se deslocar dezenas de quilômetros para chegar ao trabalho, a possibilidade de fazer pelo menos parte desse trajeto de bicicleta faz com que o cidadão ganhe em tempo e em qualidade de vida, desafogando o trânsito e reduzindo a emissão de poluentes. Além disso, não podemos nos esquecer que pedalar é um meio de transporte ativo, que tira as pessoas do sedentarismo e previne doenças.

As bicicletas, tão importantes para a mobilidade da cidade e para a qualidade de vida dos paulistanos, só poderão ocupar seu espaço se as ciclovias estiverem disponíveis e forem seguras. O momento é de expandir as rotas apropriadas para as magrelas e não o oposto.

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: David Marcu – Unsplash

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