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Como as mulheres traçam (ou não) seus caminhos de liderança no mercado de trabalho?

16/10/2017

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Temática foi debatida com executivas na Conferência Ethos 360º em São Paulo

“Somos uma empresa feita de mulheres, para mulheres, mas, em 48 anos de existência, ainda não tivemos uma presidenta”. Assim começou a fala de Maria Paula Fonseca, diretora de marca da Natura na mesa “Como as trajetórias de mulheres líderes podem influenciar as novas gerações de mulheres”, na Conferência Ethos 360º São Paulo.

A presença e experiência de mulheres nos cargos de liderança foi o tema que guiou a mesa. Helena Kerr do Amaral, diretora da LiDiversas – Liderança & Diversidade e ex-presidente da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), apresentou pesquisa liderada por sua consultoria sobre mulheres em cargos de liderança. “Percebemos que as mulheres raramente solicitam aumento de salário, elas precisam sempre de alguém para reafirmar seu trabalho e raramente se sentem preparadas para cargos de liderança”, apresentou Kerr, indicando alguns resultados da pesquisa.

“Como forma de enfrentar todas as adversidades do mundo corporativo, as mulheres tendem a desenvolver mecanismos de defesa, entre eles comportamentos afetivos e maternais; desenvolvimento de competências, geralmente elas são bem mais formadas que homens; mudam a sua forma de se vestir; desenvolvem comportamentos masculinos; reinventam suas práticas e há casos que terminam em pedidos de demissão”, apresentou Helena. A fato das mulheres terem que provar para si mesma as suas competências foi fato vivido por Maria Fernanda Ramos Coelho, executiva e ex-presidente da Caixa Econômica Federal, que também participou da mesa. “Temos que provar, a todo tempo, para nós mesmas que merecemos estar onde estamos, é uma cobrança violenta”, compartilha.

A escalada a cargos de liderança também foi abordada na conversa, “quando as mulheres estavam em algum cargo de liderança, as pessoas desconfiavam sobre isso não ser um mérito, mas sim presente de algum homem. A agressão às mulheres no mundo corporativo, na maioria das vezes, mora nos detalhes”, falou Coelho. Um dos resultados da pesquisa apresentada pela líder da LiDiversas indicou que a inclusão da diversidade não acontece naturalmente, é preciso mudar as práticas, a forma de seleção, os mecanismos de progressão. “Se eu puder deixar uma mensagem para os líderes aqui presentes é a de que precisamos de políticas internas para que as mulheres são sejam invisibilizadas. É preciso que este seja um processo ativo”, aconselhou a ex-presidente da Caixa.

A invisibilidade das mulheres negras foi levantada por Sheila de Carvalho, coordenadora de projetos em práticas empresariais e políticas públicas de Direitos Humanos do Instituto Ethos, pontuando que “é preciso olhar com cuidado para a questão de mulher negra, já que ela sofre com a dupla invisibilidade, tanto a de gênero, quando a racial. Muitas vezes, uma política de gênero acaba por não atingir a mulher negra, bem como as políticas raciais”. “Na minha empresa, as mulheres negras eram quase invisíveis”, compartilhou Maria Fernanda Coelho, da Caixa.

“Na Natura, as mulheres estão formando uma rede de apoio entre si, que se suportam nos desafios comuns. Cada vez mais as mulheres entrando nas organizações e se fortalecendo como seres mais integrais, construindo caminhos para, juntas, mudar a realidade das empresas”, finalizou a gerente de marca da Natura.

 

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Clóvis Fabiano e Kleber Marques

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