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Falta de combustível sinaliza necessidade de oferecer alternativas ao petróleo

05/06/2018

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No Dia do Meio Ambiente Ethos pontua iniciativas nesta agenda

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Instituto Ethos explana as iniciativas nas agendas de mudanças climáticas e suas relações com a mobilidade urbana, ambas pertencentes a atuação do instituto em meio ambiente.

Para o Ethos, as mudanças climáticas impactam diretamente as populações e o próprio desenvolvimento do setor empresarial. O aquecimento global, por exemplo, muda a dinâmica dos mares, da extração de matérias primas e a relação das populações com a natureza. O Instituto Ethos trabalha para que as ações de adaptação aos novos cenários que a mudança do clima traz sejam colocadas em prática, incluindo temáticas como a precificação de carbono. Além disso, a mobilidade urbana pode ser um agravante nas temáticas de mudança climática em especial pelos poluentes emitidos. Este cenário pode causar danos diversos como: interrupções ou redução do desempenho nos modos de deslocamento, interferir – direta ou indiretamente – no padrão de comportamento da população e na distribuição de insumos e serviços em uma cidade, além de aumentar a probabilidade de acidentes.

Recentemente presenciamos uma situação extrema no Brasil: a falta de combustível, que afetou o abastecimento de produtos de consumo, o deslocamento da população para o trabalho e provocou uma série de mudanças na rotina das pessoas e dos negócios no país. A mesma falta de combustível também, como consequência, causou a redução dos índices de poluição nas grandes metrópoles e reduziu drasticamente o congestionamento nessas mesmas cidades. Ninguém acha que uma situação dessas é vantajosa, por ter reduzido a concentração de poluentes ou o trânsito. Porém, diante disso, confirmamos a nossa dependência no uso de combustíveis fósseis para os diversos setores produtivos da sociedade, incluindo o transporte de carga, a geração de energia elétrica e a produção de alimentos, dentre outros.

Sempre atento aos principais paradigmas da sociedade, o Instituto Ethos acompanha e atua diretamente no tema de mudança do clima desde 2009. Na verdade, através da aplicação dos Indicadores Ethos, a organização vem influenciando empresas, governos e sociedade civil, a olhar para o tema de forma prioritária e estratégica. Com a fundação do Fórum Clima, o Ethos direcionou sua atuação para a mitigação dos impactos da mudança do clima e adaptação a tais impactos por parte de toda a sociedade. A organização utiliza de uma ferramenta muito efetiva, através de cartas de compromissos e pactos, para influenciar melhores práticas e uma mudança efetiva nas políticas públicas nos seus diferentes níveis. Para tal, foram lançadas as Cartas Abertas (2009) e (2015) que definem, principalmente, os compromissos que o empresariado brasileiro deve assumir, para contribuir para a mitigação dos impactos da mudança do clima e para se adaptar aos mesmos. O objetivo foi identificar as principais ações que as empresas, de todos os portes e setores, devem executar, para participar de forma protagonista na transição do nosso modelo econômico atual para um modelo de baixo carbono, não dependente das fontes fósseis de energia. Por exemplo, as ações incluem a inovação contínua nos processos de produção, para utilização das tecnologias menos intensivas em carbono; inclui o envolvimento das empresas com as questões de precificação de carbono; o engajamento com todos os setores da sociedade para um acompanhamento ativo das principais questões e políticas públicas criadas para a mudança do clima; a execução de planos de adaptação e o acompanhamento dos impactos climáticos, de forma criar mais resiliência e preparo para as comunidades, no enfrentamento dos impactos, dentre outras ações, detalhadas pelo documento.

A organização identificou também a necessidade de aprofundar no tema de financiamento climático, uma vez que, ao se depararem com tantos desafios (e também oportunidades) de enfrentamento desses impactos, o empresariado sempre coloca as perguntas: como e quem vai pagar a conta dessa transição. Em 2017, portanto foi lançada a publicação elaborada em parceria com o WWF-Brasil, cujo conteúdo foi elaborado pelo World Resources Institute (WRI) cujo principal objetivo foi identificar as fontes de financiamento, tanto nacionais quanto internacionais, execução de ações de adaptação. A publicação identificou pelo menos 40 fontes de financiamento que investem recursos em diversos setores, como energia, recursos hídricos, biodiversidade, para elaboração de ações de adaptação.

E, ao longo de 2018, uma série de atividades foram desenvolvidas com o objetivo de engajar efetivamente o empresariado nas ações de adaptação. Em parceria com a Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), o Ethos e o Pacto Global lideram uma série de webinars que abordam diferentes dilemas sobre adaptação: quem são as principais organizações no Brasil que apoiam atividades de adaptação? Como que as empresas têm executado ações de adaptação? Onde as empresas podem encontrar informações sobre os cenários de adaptação e etc. Até o final do ano, será um webinar por mês com o objetivo principal de estimular uma participação mais efetiva desse setor, que é essencial para mudanças na nossa sociedade. Como parte das ações, o grupo está focando no fortalecimento da ferramenta AdaptaClima que irá auxiliar as empresas na adoção de melhores práticas de adaptação. A IEC é formada pelas organizações parceiras Ethos, Pacto Global, CDP, GVCes, CEBDS, Envolverde e Neomondo.

De forma muito complementar às ações de mudança do clima, foi fundado o ForumMobi em 2016, em parceria com o Instituto Friedrich Naumann. O objetivo do grupo é de estimular o diálogo, entre os diversos setores da sociedade, sobre o papel da tecnologia na melhoria da mobilidade urbana nas cidades. O foco de atuação do grupo foi em São Paulo e nos últimos anos, foram organizadas diversas reuniões de trabalho, seminários, publicação e artigos para divulgar as principais ações que as empresas devem tomar para melhorar a mobilidade dos seus funcionários assim como acompanhar e estimular a criação de políticas públicas que aprimorem a mobilidade.

No final do mês de maio foi lançado o artigo “O impacto da inovação tecnológica na mobilidade urbana da cidade de São Paulo” que gerou uma série de recomendações, principalmente para o setor público, mas também para os demais setores, de como a tecnologia deve ser incorporada nas ações de mobilidade da cidade. De forma breve, as recomendações incluem: a incorporação da inovação tecnológica e dados abertos na gestão das cidades, a definição de políticas públicas com base em evidências e ter o cidadão como protagonista da mobilidade urbana na cidade. Essa terceira recomendação especificamente é muito oportuna pois, desde o final de 2017, o grupo acompanhou o processo de publicação do edital de licitação do transporte público coletivo de São Paulo e concluiu que, no geral, ainda faltam mecanismos de transparência efetivos, assim como de participação democrática, para definir o sistema de transporte na cidade. A operação dos ônibus em São Paulo impacta cerca de 9 milhões de usuárixs por dia. Um sistema desse porte e com essa importância, deve no mínimo, contemplar formas de engajamento e envolvimento da população atendida. A nova conformação das linhas de ônibus, a qualidade do ar em consequência da operação desses ônibus e a renovação das empresas que operam o sistema, são questões que deveriam ter sido melhor compartilhadas com a sociedade, que paga pelo serviço e é a principal usuária desse sistema.

Dessa forma, por todas os apontamentos acima, a participação das empresas tanto na melhoria das práticas relacionadas a meio ambiente, quanto ao acompanhamento e participação ativa na criação de políticas públicas, é essencial para a transformação efetiva da nossa sociedade em mais justa, mais inclusiva, menos dependente de combustíveis fósseis e mais transparente.

Por Flávia Resende, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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