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Paulistanos deixariam o carro em casa por transporte público mais eficiente

30/09/2016

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Rede Nossa São Paulo e Ibope apresentam sua pesquisa sobre a mobilidade urbana na cidade de São Paulo e mostraram a percepção da população sobre o trânsito, o transporte público, a redução da velocidade e da poluição do ar.

“Para onde a nossa cidade está caminhando?”, indagou Flávia Rezende, coordenadora de políticas públicas do Instituto Ethos, na abertura da mesa que analisou a mobilidade urbana em São Paulo. Os convidados para o debate foram Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência; Horácio Figueira, consultor da Hora H Pesquisa, Engenharia e Marketing; Diego Conti, professor de pós-graduação da Fundação de Administração (FIA) e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e para mediar, juntamente com Flávia, Carlos Aranha, consultor da Rede Nossa São Paulo. Aranha destacou que o problema da mobilidade humana não é técnico, e que somente através políticas públicas iremos avançarmos nesse sentido, “todas as soluções que passam pelo técnico-político-comportamental vão, invariavelmente, tirar espaço do transporte individual motorizado”.

Desde 2007, a Rede Nossa São Paulo, em conjunto com o Ibope, realiza um trabalho de pesquisa anual sobre o tema. O resultado é a percepção que os paulistanos têm sobre o trânsito, transporte público, redução da velocidade e da poluição do ar, entre outros. Ressalta-se, porém, que os três itens que mais preocupam os brasileiros são saúde, desemprego e segurança pública.

Discorrendo sobre a pesquisa Márcia apontou alguns dos itens apresentados como aplicação das leis de trânsito e seu cumprimento, autuações, escoamento e cordialidade, entre outros. Numa escala de 1 a 10, os entrevistados deram suas notas; sendo que a resposta para a situação do trânsito foi 3,2. “Hoje, 60% da população possui automóvel, porém 51% afirma que deixaria o carro em casa se tivesse um transporte público de qualidade”, relatou Márcia.

Ainda sobre o estudo, 8% da população diz usar bicicleta no dia a dia, os demais não usam por falta de segurança. No que se refere à poluição do ar, 2/3 da população (64%) considera o problema grave; enquanto que 22% aponta a poluição da água.

Esses índices levam qualquer pesquisador da área a fazer uma série de questionamentos: tais como: “O que estou fazendo aqui e o como podemos fazer para melhorar tudo isso? ”, comentou Diego Conti. Ele explicou que quando se pensa em mobilidade, a ideia do carro vem à cabeça; entretanto mobilidade é algo bem mais amplo. E a conexão entre os modais é o que faz o sistema de mobilidade funcionar. O exemplo vem de países como Alemanha, onde a pessoa desembarca do trem já tem outros modais compartilhados. “O Rio Tietê em vez de ser um esgoto a céu aberto, poderia ser um canal de mobilidade”, exemplificou.

Conti acrescentou ainda que há uma série de ações que podem ser implementadas: carros compartilhados, semáforos inteligentes priorizando os ônibus e pedágios, entre outros, mas tudo isso só será possível se tivermos a cultura para a sustentabilidade e que inclua a participação infantil.

Horácio Figueira analisou os indicadores da pesquisa dentro de uma abordagem prática. Assim sendo, mostrou que o tempo dos semáforos não favorece o pedestre. Outro privilégio são os pontos de taxi nas saídas dos metrôs atendendo 300 a 400 passageiros/dia, enquanto que um ponto de ônibus que contabiliza 5 mil a 10 mil pessoas/dia não tem uma localização condizente. Um fato positivo é que hoje temos cerca de 500 km de faixa exclusiva para ônibus.

Eficiência se mede com números, então se torna premente resolver a questão da superfície, implantando mais faixas exclusivas. Por isso, “é necessário mudar a nossa cultura e cobrar isso das autoridades”, afirmou Figueira.

 

Por Zulmira Felicio, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes

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